quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Lembrando o processo!


Uma vez mais entramos num processo com muitas dúvidas. Desta vez, maiores ainda, pois teríamos que compartilhar fotos com outro grupo que a maioria de nós não conhecíamos, um grupo de Recife chamado M,agiluth. Fotos de lá fotos daqui... era uma boa experiência para ser experimentada. Amigos, foi muito caótico!. Toda vez que chegava m as três fotos, era um quebra-cabeça a ser montado. Como iríamos desvendar essas situações. Então, mãos á obra! Vamos trocar de funções? Como entrar nessa? Quem se arriscaria! Melhor fico no meu papel de interprete! Foi sofrido mesmo assim... As angustias vividas pelos “dramaturgos e diretores” em cada cena, eram passadas para nós também... ai que loucura! Assim não dá! Confesso que em muitos desses ensaios, já chegava com vontade de voltar, mas o trabalho pode mais nessas horas, o compromisso é maior que a vontade, mesmo que não esteja sendo feita ao 100%. E assim foi. Trabalhamos, brigamos, fizemos cenas, improvisamos, gravamos, gritamos, rimos. uffa.....então,viajamos ao encontro dos meninos Magitulh´s.

Recife me faz lembrar a minha cidade (Lima-Peru). É antiga, tem casas coloniais, tem muitos carros que fazem soar suas buzinas, tem árvores nas casas coloniais e tem pessoas, como aqui e ali....Conhecemos a sede dos meninos... nossa, olha pela janela! O que você vê! A primeira foto! Eis que estávamos no mesmo lugar de onde foi tirada ....que descoberta!...lembro de nossos olhos brilhando, parecíamos crianças achando o tesouro na brincadeira dos piratas. Para mim, foi uma linda descoberta. Como uma imagem se faz poderosa descobres sua procedência! E assim foi. Descobrimos o lugar das outras fotos e sempre a mesma impressão. Mas agora éramos nós quem as registrávamos . Foi uma bela brincadeira.

As nossas arquiteturas corporais misturavam-se com arquitetura urbana nos jogos propostos pelo Lubi.  Nós respirávamos juntos, respirávamos ares recifenses, ares quentinhos, ares de passado, ares de presente, ares de mar e ares de nós. Tudo se fundia  no momento da comunhão do encontro.

Na “caça ao tesouro” percorremos lugares escondidos, misturados entre as pessoas, passando por barracas de comida, procurando pessoas que me ensinassem a dançar frevo, passando pela ponte e pescando caranguejo. Sim, eu fiz isso!! Foram 5 dias de várias descobertas da cidade, das pessoas de lá, das costumes e sotaques.

As cenas foram apresentadas com certo receio, pois estávamos muito ansiosos por saber o que eles (o público recifense) iriam achar de nossa leitura da cidade. Que medo! Mas esse medo foi se diluindo a medida que as cenas iam passando. No final, tudo deu certo, pelo menos para nós. Bom, é tanta coisa que realmente fica na minha cabeça com essa experiência, pois foi a primeira vez que fizemos um trabalho desse tipo.

Esta é a maneira que encontro para expor as minhas impressões sobre o trabalho que foi feito neste projeto. Agradeço a meus companheiros concretos e magiluth´s por vivermos esse caos e remarmos juntos nesse mar de ações artísticas.


Lisbeth Rios-Atriz-Teatro do Concreto

Nenhum comentário:

Postar um comentário