segunda-feira, 4 de julho de 2011

Resposta caso gestão nº 02 - proposto por MAGILUTH

“Dinheiro na mão é vendaval”
Existe possibilidade de multiplicação de recursos, ao invés de apenas vê-lo escoar?
A cada projeto que o grupo consegue aprovar essa questão ressurge: como fazer esse dinheiro render? Algumas vezes nossa preocupação nem contempla essa ideia. Ficamos no anseio de fazer com que os recursos sejam suficientes para, pelo menos, realizar o projeto. Nesse sentido a primeira batalha a ser travada é para fazer com que as necessidades estéticas que o projeto idealizou sejam garantidas. Dessa forma temos trabalhado de maneira a buscar mais de um patrocinador para, assim, assegurar nossas escolhas estéticas. Quando temos êxito nessa ação também conseguimos criar condições mais favoráveis para desenvolvermos alternativas para melhor aproveitar os recursos.

Outra ação que foi possível ser engendrada pelo grupo a partir da integração de patrocínios foi a aplicação de parte dos recursos. Ou seja, durante o processo de pesquisa e criação de um espetáculo o grupo aplicou parte dos recursos recebidos por um patrocinador. O dinheiro ficou aplicado durante alguns meses e todos os gastos durante o processo de pesquisa foram custeados com os recursos de outro patrocinador. O valor que ficou aplicado pôde ser utilizado para custear as despesas com aluguel, condomínio e IPTU por mais um ano. Período em que o grupo ficou sem apoio financeiro para manutenção de sua sede.

O que percebemos é que essas ações possibilitam outras relações internas como, por exemplo, a recriação da planilha de gastos dos projetos. Essa recriação sempre esbarra no pagamento dos artistas envolvidos que, na maioria dos casos, deixam de receber um valor de mercado e recebem um pouco menos para que os recursos possam ser mais duradouros. Trocando em miúdos, um ator que receberia oitocentos reais de cachê por seis meses passa a receber quatrocentos reais por um ano de trabalho. Em outros casos a realidade não chega a ser tão interessante e para mantermos nossas escolhas estéticas e a sustentabilidade de nosso projeto coletivo acabamos optando por receber menos.

Ainda com o pensamento de minimizar custos para a produção dos processos criativos e espetáculos, temos tentado estabelecer parcerias com instituições e empresas que ofereçam serviços em troca de divulgação de suas marcas em nosso material gráfico. Nesse caso não recebemos recursos financeiros e, sim, serviços como alimentação, hospedagem, transporte, equipamentos, entre outros.

Ainda estamos quebrando a cabeça tentando encontrar outras formas de evitar o escoamento dos recursos recebidos. Porém percebemos que esse pensamento ainda precisa ser bastante debatido entre os integrantes do grupo. Para alguns é mais interessante administrar os recursos de forma que todos sejam bem pagos para realizar sua parte na engrenagem que faz a roda girar enquanto outros preferem pensar a longo prazo e gerar condições de sustentabilidade para o projeto coletivo. Esses pensamentos acabam esbarrando em outra questão que está relacionada com a escolha de viver, ou sobreviver, de teatro. Mas este é um assunto para um outro cafezinho com pão de queijo.
Sistematização por Nei Cirqueira