terça-feira, 8 de março de 2011

Magiluth provoca diálogo entre concreto e mangue

por Eugênia Bezerra
Publicado em 06.03.2011 no JC

Três fotos do Recife para o grupo brasiliense, três fotos de Brasília para o grupo recifense. Trocando imagens das respectivas cidades, os grupos Magiluth e Teatro do Concreto (DF) já deram início ao projeto Do concreto ao mangue. A partir destas janelas para o universo do outro, que serão renovadas periodicamente, eles fazem reflexões e cenas que serão partilhadas no blog da pesquisa ou presencialmente. Na terça-feira passada, no Teatro Joaquim Cardozo, os integrantes do Magiluth fizeram uma demonstração aberta ao público da primeira cena que resultou deste processo. “Eles têm um trabalho muito voltado para o diálogo com a cidade. Acredito que para a gente vai ser muito legal, nosso trabalho dialoga com isso”, resume Giordano Castro, do Grupo Magiluth, que também é formado por Pedro Vilela, Pedro Wagner, Lucas Torres e Erivaldo Oliveira. “A ideia do grupo é se expor a coisas novas, não se acomodar e encontrar uma linguagem específica”, completa Vilela.
Os grupos se conheceram em um encontro do Movimento Brasileiro de Espaços de Criação, Compartilhamento e Pesquisa Teatral (Redemoinho). De Brasília, já chegaram imagens de uma rodoviária, um horizonte e de um homem em frente ao um outdoor. Para Brasília, o Magiluth enviou três fotos do rio próximo da sala onde estão criando, no Bairro do Recife. Uma delas mostra a vista da janela, a outra um barco parado e a última com um homem retirando lixo da margem.
Visões pessoais, inseridas no contexto das cidades de uma maneira geral (não só de Recife e Brasília). A relação com as outras pessoas e com o ambiente, as construções, os deslocamentos, muita coisa pode sair daí. A ideia deles é não enviar informações adicionais sobre as fotos para o outro, como legendas com a ideia de quem fez a foto. O que a imagem evoca, além do que cada um conhece sobre o outro grupo e a outra cidade, alimentam os processos criativos.
Além desta troca de “janelas de criação” os grupos também planejam encontros presenciais nos próximos meses. Estes contam com a coordenação do diretor Luis Fernando Marques, do elogiado Grupo XIX de Teatro (SP), que já passou pelo Recife com a peça Hysteria. A escolha dele tem a ver com a ideia de pensar a cidade, já que uma das características do coletivo é a escolha de espaços diferenciados para a apresentação dos espetáculos.

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